Ilha de Concreto

Num País de leitores de títulos e linhas finas – quando muito se chega ao lead de um texto no jargão jornalístico – a Ilha de Concreto segue abrindo caminho com alguns textões, muita música, reflexões, entre outros. A você, raríssimo leitor, que chega por aqui e prestigia este cronista, envio um comovido agradecimento. e o convite para divulgar aos seus contatos essa nossa aventura.

Tag: José Luiz Datena

  • E o templo caiu. Dessa vez definitivamente para os bispos Sônia e Estevam Hernandes, da igreja Renascer em Cristo – nome curiosíssimo – que perdeu o seu mais efusivo fiel: o atleta de Cristo, Kaká.

    Para evitar mais desconforto, o boleiro – que eu nem acho que jogue tanto assim – achou por bem sair de fininho, sem nada dizer publicamente de suas razões.

    Eu, honestamente, espero que o sujeito tenha se flagrado de que era explorado mais como garoto propaganda de uma fé estranhamente professada do que por suas próprias crenças.

    Penso que há coisas na natureza que não se misturam e outras que não deviam se misturar jamais. É o caso da religião. Não sou mais forte do que ninguém, mas acho um instrumento dispensável à vida.

    Sem ela [a religião], certamente os bolsos estariam mais cheios, as cabeças menos poluídas de frases feitas por farsantes pastores e tudo o mais.

    Me admiro que uma associação de ateus – só no Brasil que se vê uma barbaridade respondida com outra – ainda se dê ao trabalho de protestar contra o José Luiz Datena por ele ter declarado algo contra esse modo de se conduzir. Não é para tanto. Cada um com sua opinião. Seguirei com a minha.

    Fato é que o Brasil é o país do pode e do vale tudo e assim, quem tem a sorte de ser dotado de um pouco mais de massa cinzenta se vê embasbacado com templos transformados em bancos – que só rendem frutos a seus fundadores – com gente miserável às cegas a sustentar esses barões e o nome desse pobre Jesus Cristo citado quase sempre à toa.

    No que penso que, se ele de fato existiu ou ainda persiste como se prega por aí, faz bem com seus ouvidos moucos em não voltar à terra.

    Porque imaginem se esse sujeito volta do seu “altar celestial” e constata toda a sorte de desmandos que as igrejas perpetuam sob os níqueis suados desses miseráveis? Pior, dizendo que quem pede o dinheiro é ele, Cristo, e não seus pastores.

    Se o bom senso imperasse, e se ele de fato fosse o cão vingativo que alguns pastores dizem dele, colocar essa turma na parede e fuzilá-los seria o menor dos pecados. Afinal, se ele é o filho do homem, tem que exercer a autoridade.

    Juro que eu aplaudiria efusivamente esse gesto, mesmo que a seguir o fuzilado fosse eu mesmo

    Anderson Passos